A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul (Seapi) informa que uma pesquisa vem utilizando drones para obter imagens multiespectrais de plantações de acácia-negra, com o objetivo de auxiliar na identificação de infestações de besouro serrador na cultura.
O estudo é conduzido pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Seapi, por meio de parceria entre o Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (Ceflor), em Santa Maria, o Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Agricultura Digital e Irrigação (Cepadi), de Vacaria, e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
A pesquisa trabalha com imagens de alta resolução espacial e radiométrica obtidas por sensor multiespectral acoplado a um drone, aliando técnicas de inteligência artificial para obtenção dos resultados.
“O projeto permitirá o desenvolvimento de uma técnica, para uso em plantios comerciais, que detectará de forma rápida e eficiente as árvores que estão sendo atacadas pelo besouro serrador. Dessa forma, viabilizará ações de manejo necessárias para o seu controle”, detalha a analista Juliana Marchesan, do Ceflor.
O estudo está ocorrendo em dois plantios de acácia-negra localizados no Ceflor de Santa Maria. Em um primeiro momento, foram realizadas simulações, em árvores sadias, do anelamento causado pelo besouro serrador. Posteriormente, foi realizado o voo com drone para obtenção das imagens.
“O próximo passo será identificar, por meio das imagens e com o uso de inteligência artificial, as árvores que foram danificadas e assim poder mapear o grau de severidade dos ataques em nível individual”, explica.
A acácia-negra tem uma grande importância econômica para o Rio Grande do Sul: mais da metade da área total de floresta cultivada desta espécie no Brasil se encontra em solo gaúcho. Dentre as pragas que atacam os cultivos de acácia-negra, o besouro serrador é a de maior relevância econômica.
“Estes insetos anelam os galhos das árvores, causando a queda desses galhos e impactando no desenvolvimento das plantas”, complementa a analista.
Além de Juliana, o grupo de pesquisa é composto por diversos pesquisadores da área, entre eles, Rosana Matos de Moraes e Cléber Witt Saldanha, do Ceflor; a pesquisadora Priscylla Ferraz Câmara Monteiro, do Cepadi; os doutorandos Lucas José Mendes e Jocimar Caiafa Milagre, da UFSM; e o professor Rodrigo Otávio Câmara Monteiro, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Bento Gonçalves.